top of page

Seu Filho Adolescente Vive em Conflito? A Causa Pode Ser Mais Simples do que Você Imagina


Ver um filho em dificuldade é uma das experiências mais dolorosas para um pai ou uma mãe. Nós nos dedicamos a cuidar, proteger e fazer o máximo possível para que eles sejam felizes. Mas a verdade é que, por mais que nos esforcemos, não temos controle sobre tudo.

Especialmente na adolescência.

Não é à toa que nossa sociedade associa essa fase a problemas. É a "idade difícil", a "fase da rebeldia". De repente, aquela criança tranquila parece se transformar em outra pessoa dentro de casa. Alguém que não reconhecemos, com comportamentos reativos, distantes e até agressivos.

Se você está passando por isso, sentindo que seu filho ou filha adolescente parece te rejeitar, este artigo é para você. Vamos explorar uma das causas mais profundas por trás desses conflitos — uma razão muito mais simples e fundamental do que se imagina.


Imagem de Pexels por Pixabay
Imagem de Pexels por Pixabay

O Chamado da Natureza: Uma Vontade de Partir que Mora Dentro Dele


Existem muitos motivos para um adolescente se tornar reativo. Mas há um, em particular, que está presente em todos eles, mesmo naqueles que guardam a tempestade para si: uma necessidade biológica, quase uma ordem da natureza, de se desligar dos pais e viver a própria vida.

Isso soa estranho, eu sei. Como assim um jovem de 13 ou 14 anos "precisa" sair de casa? É cedo demais, perigoso demais. E você está certo. É muito cedo... para a nossa sociedade atual.

Mas não é cedo para a biologia humana.

Por milhares de anos, era exatamente nessa idade que o ser humano deixava o núcleo familiar para construir a própria vida e, inclusive, ter filhos. A adolescência é o momento em que a natureza dá o maior e mais intenso impulso para a independência.

E é aí que nasce o problema.



O Grande Conflito: Biologia vs. Realidade


Enquanto a biologia do seu filho o empurra para longe, a realidade o força a ficar. Ele sabe, e você também, que ele ainda não tem estrutura para viver sozinho no mundo complexo e desafiador em que vivemos.

Essa situação cria um dilema interno poderoso. Para o adolescente, conviver com os pais se torna um esforço constante, como nadar contra uma correnteza fortíssima. A biologia grita para ele ir embora, mas a vida exige que ele permaneça.

E não se engane: mesmo aquele filho que passa horas trancado no quarto e parece não querer ir nem à esquina, vive esse mesmo conflito. A separação que a natureza pede não é apenas física, mas também emocional.



Imagem por Pixabay
Imagem por Pixabay


O Paradoxo do Conflito: Quanto Mais Luta, Mais Prisão


Sem ter a menor consciência dessa força biológica, o adolescente começa, inconscientemente, a criar motivos para justificar essa vontade de partir que ele nem entende. Ele desafia, briga, se torna reativo. O mecanismo é parecido com o de um casal que cria brigas para ter uma desculpa para se separar. Ele cria o caos para ter uma razão para ir embora.

Só que isso gera o efeito exatamente contrário. E aqui está o grande paradoxo: o conflito vincula.

Pense rápido em uma pessoa muito importante na sua vida. Há uma grande chance de ser alguém com quem você tem ou já teve muitos conflitos, certo? Isso acontece porque o conflito cria nós emocionais poderosíssimos.

Então, aquele comportamento que deveria servir para afastá-lo, acaba prendendo seu filho ainda mais a você. E prendendo você a ele. O que era para ser uma separação natural se transforma em uma teia de mágoas e discussões que só aumenta o desgaste.




A Solução Começa na Consciência


Como quebrar esse ciclo? O primeiro passo, e o mais transformador, é exatamente este que você está dando agora: tomar consciência. Entender que essa força biológica está em ação muda tudo.

Eu mesmo apliquei isso com meu filho, Caetano. Quando ele tinha uns 12 anos, sentei para conversar:

"Filho, você está entrando na adolescência. E você já deve ter ouvido que é uma fase difícil. Mas eu quero te dizer que não precisa ser assim. Pode ser um dos melhores momentos da sua vida, e vou te explicar por quê."

Então, expliquei para ele exatamente isso que expliquei a você. Falei sobre essa vontade natural de ser independente, de buscar o próprio caminho, e que isso não era uma rejeição a nós, seus pais, mas um chamado da natureza dele.

Enquanto eu falava, os olhos dele brilhavam. Ele entendeu.

A partir daquele momento, ele não precisava mais se rebelar. Ele não precisava criar conflitos para justificar uma vontade que, agora, fazia todo o sentido. Ele sabia que era natural.

Nosso papel como pais continua sendo o de observar, apoiar e guiar essa transição. Mas com essa consciência, a guerra silenciosa da adolescência termina e se transforma em uma jornada de amadurecimento que vocês podem trilhar juntos.

Afinal, não há nada mais maravilhoso do que ver nossos filhos crescendo felizes, saudáveis e com os olhos brilhando para o futuro.



E você? Essa ideia fez sentido para a sua realidade? Se você tem uma experiência sobre a adolescência para compartilhar — seja com seus filhos, seja sobre a sua própria história —, deixe um comentário abaixo. Vou adorar ler o que você tem a dizer.

 
 
 

Comentários


bottom of page